Vamos evoluindo, mas nem tanto, porque uma oferta (um mimo) sabe sempre bem, a quem recebe, seja médico ou mero rececionista…
Assim foi mais uma vez: todos ficaram agradados com a excelência do “queijo do Pico”… e perguntavam: mas é mesmo de lá da ilha? Olhe que é tão bom, até parece artesanal… Mas, Sr. Dr., respondi, olhe que é mesmo artesanal, produzido manualmente. Ah sim? Retorquiam eles (os senhores doutores)…
Pois é, o nosso queijo evoluiu em qualidade porque recebeu importantes apoios e atenções do governo dos Açores, desde sempre, a verdade se diga. Começando de forma algo titubeante, esse apoio procurou ser rigoroso e essa fase terminou com a criação duma associação e dum “caderno de encargos” para a “certificação” do queijo artesanal do Pico…
Tudo correu bem? Talvez não mas ficou a “generosidade” da iniciativa – no tempo das tais novas queijarias inauguradas com pompa e circunstância – e o caminho foi sendo trilhado e deveras melhorado…
Surge então em Fevereiro de 2006, o programa SIQUAL – Sistema Inovador para a Qualidade do Queijo Artesanal dos Açores (específico para a Ilha do Pico) que deu lugar a um protocolo entre a DRDA e a Associação de Produtores de Queijo da ilha do Pico, então presidida por Fernando Bettencourt. Foram sete as Queijarias Artesanais da ilha que então aderiram a esse programa: José Fernando Furtado da Silva, Manuel da Silva Leal, Carlos Manuel Ferreira Pereira, Vitorino Alves de Melo, José Manuel da Silva Pereira, Manuel São João e Fernando Manuel Pereira Bettencourt. Entretanto outras tinham ficado pelo caminho…
Hoje quantas subsistem? Sei que Fernando Bettencourt e Manuel São João estão no ativo e outras mais e foi de uma delas que cá vieram parar as tais mimosas ofertas do “queijo do Pico”.
Mas quero realçar e acima de tudo enaltecer a iniciativa do Município Lajense que está promovendo o II FESTIVAL QUEIJO DO PICO que teve início no âmbito da Feira Açores, em Julho ultimo, realizada no Matos Souto-Piedade, com uma demonstração culinária tendo por base o Queijo do Pico. Este Festival estender-se-á à “Semana dos Baleeiros”, designadamente no dia 26 de Agosto com programa diverso: trilho pedestre à bacia leiteira das Terras, conferencias, concurso culinário e animação temática de rua, terminando no terceiro fim-de-semana de Outubro, no Forte de Santa Catarina.
Outras iniciativas são bem-vindas, talvez noutros concelhos da ilha ou agrupando-se e levando-as a cabo cá no continente… que sei eu sobre estes meandros (?), mas mesmo com dificuldades, que sei existirem, pede-se que mantenham a qualidade, porque assim poderemos continuar a ter “ofertas-mimo” para obsequiar a quem nos “trata bem”, mesmo que em situações extremas, de procura de saúde…
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